terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mente perversa...

Um surfista olhando as ondas, está vendo, ou está sendo?



Às vezes não sei quem sou...
Ando perdido nestas encruzilhada que a vida me propõe...
Por vezes sigo mesmo o caminho errado, somente para me aperceber de que já não me é dada a oportunidade de trilhar o certo...
Aprendi que há coisas que simplesmente não estão destinadas a acontecer, enquanto outras são simplesmente inevitáveis, independentemente da minha vontade de querer ou não contrariá-las...
Quando a vida me magoa deixo que a chuva se misture às minhas lágrimas e sigo em frente... Sempre em frente... Uma folha jogada no vento...
À mercê das suas correntes...
Com nada mais que uma ténue esperança de chegar a bom porto... Este sou eu...
E estas são as minhas palavras...
Parte daquilo que fui, parte daquilo que sou...
Necessariamente parte do que serei...


Sejam bem-vindos ao meu pequeno mundo de sonhos e contradições...


MAR
Porque sabe sempre bem lêr de novo!
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen